segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Formação de professores indígenas no Estado do Paraná

         Em 2004 a Coordenação de Educação Escolar Indígena integrou o  departamento de Ensino        Fundamental  em conjunto com os coordenações do Ensino Fundamental Educação Infantil e do  Campo, priorizando o mapeamento das realidades pedagógicos das escolas indígenas da Paraná objetivando estruturar um banco de dados refluente a modalidade de Ensino.

         Após analise de dados referente a consultas às comunidades indígenas do Paraná concluiu-se que a formação inicial dos professores indígenas e condição primeira para a implantação e implementação e politica publica para o desenvolvimento Escolar Indígena com qualidade e responsabilidade.

         A resolução secretarial N°802/2005, constituiu uma comissão de trabalho interdepartamental para elaborar propostas para Educação Indígena.

         Uma para formação e professores Kaigangues e Guaranis com ensino fundamental concluído na modalidade bilíngue.

         Esta formação deveria estar repostada as orientações do MEC e baseada em experiências de sucesso de outros estados.

         Em 2005 a Comissão de Trabalho encaminhou as propostas curriculares elaboradas, as referidas propostas foram submetidas à discussão e em seguidas foram unanimemente aprovadas e com Parecer Favorável do Conselho Estadual da Educação.

         Em 31/03/2006, em Curitiba foi realizada a reunião técnica com a participação de caciques de todas as aldeias Kaigang no Paraná, durante esta reunião os indígenas puderam expressar suas duvidas e suas preocupações, os quais foram contemplados pelo Representante da Coordenação Geral da FUNAI, Coordenação da Educação Escolar Indígena.

         A primeira etapa do curso foi presencial e intensivo com conteúdo relevante para a Cultura Indígena sendo acompanhado pelas equipes pedagógicas dos Núcleos Regionais de Educação e por caciques e liderança indígena o que possibilitou o entrosamento entre essas varias instituições

         A duração do curso será de cinco etapas presenciais alternadamente em dois anos. Perfazendo em dezoito horas, elogiando a hospedagem, alimentação e material escolar são custeadas pelo Governo do Estado do Paraná.

         O “Protocolo Guarani” trata-se do protocolo de intenção entre o MEC/ SEDAC, FUNAI dos Estados do Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, respeitando a territorialidade Guarani.

Arte e artesanato Kaigang e Guarani no Paraná.

         Fazer arte em grupos indígenas incluiu objetos de uso cotidiano, como: cestas, peneiras, que podem traduzir riquezas estilísticas e expressar um conteúdo simbólico produzido pelas famílias.

         Supõe-se que o território paranaense era habitado entre 12 a 15 mil anos atrás por esses caçadores e coletores. Esse primeiros habitantes eram nômades.

         As pinturas rupestres indicam a ocupação entre 4 a 10 mil anos. Os desenhos rupestres representavam cenas do cotidiano e algumas figuras eram geométricas, outras representavam seres humanos e animais, pintados em cores marrons e vermelhas.

         Os primeiros povos agricultores e ceramistas chegaram no Paraná a cerca de 4 mil anos, constituíam trono linguístico JÊ.

         Delimitavam o território, enterravam seus mortos em estruturas subterrâneas, outros cremavam, porem faziam cemitérios em abrigos rochosos onde realizavam pinturas e gravuras.

         Os ancestrais dos JÊS eram ceramistas, a confecção de vasilhames era feita pela técnica de moldagem. Havia artesanato em pedra polida ou lascada.

         Os vasilhames em cerâmicas eram utilizados como urnas funerárias.

         A arte também era representada em pinturas corporais.

         Arte Indígena na atualidade – pagina 26.

         No estado do Paraná existem atualmente quatro grupos indígenas: Kaigang, Guarani, Xokleng e Xetá, distribuídas em dezenove terras indígenas, com economia baseada na agricultura, a complementação vem do artesanato de cestaria e escultura de madeira. A arte Indígena e uma forma de comunicação simbólica e representa a riqueza dos povos originários.

         Contem a minoria social e o mesmo tempo é a reconstrução mítica.

 Os Kaigangues constituem uma sociedade dualista, com duas metades: KAMÉ e KAÍRU, divididos subgrupos relacionados a mitologia que define o papel social do individuo no clã.

         O contato com o europeu modificou alguns costumes incorporando nas armas o uso do metal e no corpo as vestimentas.

         Além de tecerem as cestarias, também teciam com fibras de plantas como a urtiga brava, para os quais coloriam com resinas de casca de árvores como araucária.

         Os Guaranis pertencem à família linguística TUPI-GUARANI. A religião são a base da resistência cultural guarani.   

         As pinturas corporais foram substituídas por vestimentas introduzidas pelos europeus.

         O processo de aculturamento homens e mulheres trabalhavam como empregados domésticos e outras funções de baixa remuneração.

         Atualmente produzem artesanatos com penas coloridas, utilizam o porongo, a embira as quais comercializam na base das BRs.

         O artesanato indígena e uma forma de continuidade da reprodução de motivos decorativos tradicionais.

ETNOMATEMATICA E AÇÃO PEDAGÓGICA

         Roseli de Alvarenga autora do texto etnomatematico coloca-o através dos trabalhos de formação de professores Indígenas na aula social de diretrizes pedagógicas, defende que professores e alunos possam desenvolver atitudes diversas dos quais possam ampliar seus conhecimentos, tornando o ensino convencional e prazeroso.

         A proposta pedagógica da etnomatematica e fazer do ensino da matemática algo vivo, lidando com situações reais no tempo e no espaço. Para quando o professor possa resgatar o reconhecimento do seu trabalho por parte da sociedade defende que isso só pode ser feito numa formação continuada, onde o mesmo esteja aberto e flexível para novos conhecimentos das diversas culturas.

Construindo a proposta alguns princípios norteados

         A educação matemática na formação dos professores devem incentivar os futuros professores a desenvolver uma atitude investigativa frente ao conhecimento e a realidade, estes sendo mediadores das diversas culturas. Conhecendo a cultura do outro, situando-se numa perspectiva critica frente a esse conhecimento, procurando entende-la no seu contexto social.

         A autora teve consideração que os povos indígenas já tinham os conceitos matemáticos, e que este conhecimento era passado de geração a geração. Na formação de professores Indígena da etnomatematica, o professor deve respeitar a realidade de cada um sendo que o conhecimento já adquirido de pai para filho deve ser paralelo com o saber cientifico.

         A etnomtematica como disciplina nos cursos de licenciatura em matemática.

         Em outro trabalho de campo a autora relata que entrevistou pessoas com baixa escolaridade, mas que mostraram que usam a matemática como uma ferramenta de sobrevivência, e um saber real com base na escolaridade e na necessidade das pessoas, esta pesquisa nos mostra que no ensinamento da matemática devemos sempre aproximar a prática pedagógica à realidade do educando.

Astronomia Indígena

         A observação do céu sempre esteve na base do conhecimento de todas as sociedades do passado, submetidas em conjunto ao desdobramento cíclico de fenômenos celestes como o dia e a noite, fases da lua e estação do ano.

         Os grupos indígenas desiguais entre si tiveram em comum a necessidade de sistematizar o acesso a um rico e variado ecossistema, sendo necessário para isso conhecer a época apropriada para cada uma das atividades de subsistência, através da leitura do céu.

         A visão indígena do universo refere as praticas e representação mantidas e desenvolvidas por povos com longo tempo de interação como ambiente em que vivem ele constrói esse conhecimento a partir da assinatura, e da reflexão simbólica que cada vegetal ou animal representa e esse conhecimento acumulado e transmitido de geração para geração.

Observatório de Rochas e Arte Rupestre

         Diversas pesquisas, inúmeras localidades do mundo comprovaram a efetivar orientações astronômicas de estruturas megalíticas.

         Na região Sul do Paraná foram encontrados vestígios de construção de um complexo relógio solar em monólito que marcava a direção do nascer do sol e do pôr do sol, complexo por que exclusivamente apontava os pontos cardeais.

         Pinturas rupestres mais se indicam que o povo que ali vivia fazia referencias à astronomia com desenho semelhante a uma caneta que possui núcleo, cabeleira e cauda. Outras gravuras reproduzem o sol e a lua e até mesmo as constelações, supõe-se que esse painel registra a passagem de um grande cometa observado pelos indígenas brasileiros muito tempo antes da chegada dos europeus.

Astronomia e Biodiversidade

         Um dos objetivos práticos da astronomia foi sua utilização na agricultura. Os indígenas são profundos conhecedores do seu ambiente cada elemento da natureza tem seu espirito protetor. Observavam a passagem do tempo pelo movimento dos corpos celestes.

         A comunidade cientifica conhece muito pouco da astronomia indígena. Este patrimônio pode se perder rapidamente devido o processo de globalização que tende homogeneizar as culturas sem perder a diversidade.

Os Guaranis e a memoria oral: a canoa do tempo

         Introdução: o artigo destaca a impureza das fontes orais e da memoria oral para elaboração das histórias do povo indígena, se a comunidade cientifica brasileira e o povo em geral tivesse conhecimento da cultura indígena e dos significados dos acidentes geográficos que tem seu nome na língua indígena, muitos acidentes poderiam ser evitados. Até mesmo a intoxicação das plantas.



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