segunda-feira, 9 de maio de 2011

4- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Os limites do corpo sexuado: Diversidade e Representação Social.

            A ideia de leis de uma objetividade total, aplicada ao social defendia pelo positivismo, em suas diferentes expressões, foi aos poucos sendo abandonada, face à complexidade do real e o desenvolvimento dos pressupostos que atravessam o discurso cientifico. Salvo, porém, a ideia dos corpos sexuados ''naturalmente'', constituídos sempre de forma assimétrica em homens e mulheres, pelo discurso religioso, cientifico, filosófico, literário, entre outros. Ou seja existem pedagogias sociais que ensinam a ser mulher ou homem de acordo com certos pressupostos e indicam comportamentos adequados para que haja a confluência, entre corpo biológico, desejo, praticas sexuais e lugar função social, corpos inteligíveis, normais, na trama  das relações  sociais...
            O silêncio é um instrumento politico de apagamento e assim, a que a história não diz, escapa das narrativas da tradição de memória social, fundadas em crenças cientificas e religiosas e desta forma, omite, no imaginário social, a presença das mulheres da vida politica em seu sentido mais amplo. Fixadas em seus corpos, tanto para a reprodução quanto para o prazer sexual masculino- casamento ou prostituição – aparecem como moeda de troca, como seres a serem  apropriados  e utilizados socialmente, já no alvorecer das culturas, segundo algumas tradições.
            Fica claro deste modo, que o humano é representado a partir de um corpo já dado.
            Para ser sujeito no social as mulheres aprendem que a maternidade é indispensável e este valor lhes é ensinado e inculcado desde a mais tenra infância.
            E quem não pode, ou quem não quer ter filhos?
            Mulheres desnaturadas, diria o senso comum,aquele rumo social que cria excluídas  e rejeitadas, solteironas, aberrações. A natureza é sempre invocada na condenação das mulheres que exercitam sua liberdade, que abrem voos muito além dos limites domésticos.
            Vemos ainda que corpos definidos como femininos  sofrem, no dispositivo da sexualidade  e da sedução, a coerção da juventude e da beleza, re-criando o próprio dispositivo, desta forma, este último se alimenta das indústrias de cosméticos e regimes, moda, alimentos light, cirurgias plásticas, modelando e exigindo corpos consumíveis, jovens e cada vez mais jovens. A auto representação de mulheres, atrelada a necessidade da  sedução e a modelos incompatíveis com a maior parte  das mulheres, sofre o impacto da imagem no espelho e, sobretudo da imagem percebida no olhar de outrem.
            Hoje ainda podemos perceber que existem muitos discursos  que afirmam as conquistas  das mulheres, que ''já obtiveram tudo que queriam '', e que os feminismos seriam uma relíquia histórica. O que se constata, entretanto, é um recrudescimento de violência contra as  mulheres, é uma desigualdade flagrante no mercado de trabalho em termos de  remuneração e cargos , é uma constante reiteração de sua identidade ''feminina '', atrelada a domesticação de corpos, em torno do modernismo desfreado que enfrentamos.

Prof. Pedagoga Roseli

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