segunda-feira, 9 de maio de 2011

8- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Representações da mulher e do feminino na mídia impressa brasileira: Desconstruindo significados na educação sexual.

            Entendo que os saberes veiculados nesse produto cultural (a propaganda) produzem informações que não apenas educam, informalmente, mulheres e homens, meninas e meninos; mas atuam, sobretudo, na construção  de suas identidades culturais .
            O objetivo de tal coletânea visava subsidiar  as discussões em Educação Sexual na universidade onde usando as propagandas como material didático nas aulas de formação de educadores, assim como ilustrar e reforçar o entendimento do caráter construído cultural e politico, dos gêneros e das sexualidades  na vida social. A linguagem e o discurso são instâncias que constroem os sentidos que atribuímos ao mundo e a nós mesmos. Ambos são determinados por relações de poder. Promovem a diferença; definem hierarquia s entre os gêneros e as sexualidades; estão na base epistêmica da lógica que ampara a discriminação e o preconceito voltado às identidades culturais subordinados, instituindo, sobre eles, a exclusão e a desigualdade social.
            A educação sexual será, então problematizada a partir dos anúncios publicitários direcionados  às mulheres, nos anos de 1990 a 2000 no Brasil.


            O espaço constrói o gênero e/ou o gênero constrói o espaço?

            Em muitas propagandas, o determinismo biológico é usado como lógica argumentativa. Essa base teórica e explicativa tem conferido  às representações  de mulher um '' inquestionável'' destino social- a tácita imposição que torna a heterossexualidade, a maternidade e o casamento como eventos previstos, compulsórios e indiscutíveis na vida das mulheres. O espaço domestico, por exemplo historicamente, tem sido atribuído ás mulheres como um ''indiscutível'' local da sua existência. Acomodação feminina, festeja e exaltada pela propaganda, é explicitada numa sequência de eletrodomésticos, promovidos e elevados ao status de ''presentes de natal'', não só interessantes, mas desejados pelas mulheres, através do sugestivo laço de fita vermelho que os envolvia: aspirador de pó, microondas, freezer, geladeira e etc.
            A diferença que passa a ser marcada na cultura, terá um evidente componente politico na medida em que, através da hierarquização de certos atributos, irá transferir aos sujeitos prestigio e desprezo social. A busca pela ''Mulher ideal '' parece apontar para a explicitação de uma vivencia heterossexual da sexualidade.
            Novo Polo classic. As mulheres são iguais em todo mundo. O carro também deve ser, mesmo que o texto se refina a elas no plural a multiplicidade das identidade culturais não é vista de fato ou seja ''em todo  o mundo '' as mulheres são consideradas como se pertencessem  a uma mesma categoria, como se compartilhassem das mesmas experiências sociais e subjetivas.
            Parece- me que a Educação Sexual, em qualquer nível, deve e pode problematizar o processo social e histórico que cria, inventa e produz as representações acerca dos sujeitos de gêneros  e de sexualidades. É  a hierarquia nos significados que produz a desigualdade. Devido
à conexão aparentemente natural entre a capacidade das mulheres  de dar a luz  e amamentar a sua responsabilidade pelo cuidado do seu filho e ao prolongado cuidado na infância  dos seres humanos  a maternação das mulheres tem sido admitida com evidente, a natureza biológica feminina , tem sido utilizada pela cultura para das significado aos quase ''incontestáveis argumentos'' que associam a mulher a uma maternidade compulsória, especialmente nos domínios do casamento heterossexual e por conseguinte, da família institucionalizada.
            O sentidos sociais que definem aquilo que homens e mulheres devem ser parte de um substrato baseado nos seus corpos sexuados , o fato biológico que os define para Tânia Swan é ''em torno do corpo, da experiência do corpo sexuado  e sexualizado, forjado em práticos discursos específicos , que se produz o feminino, o ''ser mulher''.
            De alguma forma, na sociedade circulam discursos constituidores dessas representações, de alguma forma, tanto as regras representações tradicionais quanto as representações divergentes  e subordinados estão sendo, constante e simultaneamente, negociados no contexto cultural, em meio a relações de poder, em meio a disputas por significados. A multiplicidade de arranjos sexuais e de gênero tornou-se mais visível na sociedade brasileira que busca ser mais ética, admitindo e respeitando a diversidade, numa década de enfrentamento à AIDS e HIV.
            Proponho uma educação Sexual que questione esses modelos e, em qualquer nível de ensino, busque discutir a multiplicidade o respeito às diversas formas de viver os gêneros e as sexualidades, na contemporaneidade. Se queremos nos opor ao machismo, ao racismo, ao sexismo ,
à homofobia e às formas de exclusão social, essa desconstrução que coloca as ''verdades únicas'' em dúvida pode ser um caminho.

Ag. Educacional I. Silvia A. da Cruz

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