segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resumo do Texto: “Violência contra a mulher: um problema de saúde pública”

O texto aponta que existem diversas formas de violência contra a mulher, sendo que todas podem estar vulneráveis a sofrer violência.
Os autores também salientam que, ao longo do tempo a participação e o papel da mulher no seio da família tem um caráter acolhedor. Assim também, nesse espaço doméstico e privado o Estado e as leis não tinham acesso, fator que interfere e na prática de violência contra as mulheres as quais ficaram sem denúncia ou repreensão.
É fundamental destacar que os movimentos feministas tiveram grande impacto no rompimento desta perpetuação da violência.
Certamente, é com a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) que temos um marco no enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Outro aspecto importante do texto, diz respeito a situação do enfrentamento à violência contra a mulher no Paraná. Em nosso Estado, segundo o texto, está em processo de implantação o “Programa de Enfrentamento da Violência contra a Mulher”. Este programa, segundo os autores, deve priorizar a organização de serviços de referência para atendimento nos casos de violência sexual em até 72 horas, acompanhamento das vítimas, realização de aborto legal, se necessário, Redes de Atenção.
O texto também apresenta outros marcos legais que tratam das diversas formas de violência contra a mulher, bem como, apresenta as políticas voltadas para a prevenção e atendimento.
Finalizando as discussões do texto, destacam-se diversas propostas, as quais demandam ações da área da educação. Entre elas, citamos a implementação da questão relativa a igualdade de gênero no currículo escolar, promoção de formação inicial e continuada para alunos e professores referente as questões de gênero, raça, etnia, etc; elaboração de material didático.
Consideramos de fundamental importância a elaboração de material didático e formação continuada aos profissionais da educação para intervenção e atuação no enfrentamento à violência contra a mulher. A escola se constitui num espaço de formação onde o conhecimento e a informação são via para a emancipação, desta forma, a discussão das violências deve estar articulada aos conteúdos curriculares.

RESUMO:QUESTÕES DE GÊNERO NA ESCOLA E NO RECREIO: ARTICULAÇÕES POSSÍVEIS


O presente trabalho analisa a questão do recreio escolar não apenas como um espaço de liberdade e de espontaneidade mas sim como um espaço onde ocorrem também aprendizagens não oficiais, que podem ser observadas através da distribuição, apropriação e disputa dos espaços que estão a disposição dos alunos no recreio. Tradicionalmente vemos que meninos adolescentes ocupam as quadras esportivas em sua maioria e valendo-se de algumas ideias “machistas” de que todas as mulheres são menos habilidosas, ou menos fortes, ou menos capazes neste esporte; o que, no entanto, de acordo como a ciência e as realizações femininas já vivenciadas pela nossa sociedade não é verdade; impondo assim de forma preconceituosa sua suposta superioridade historicamente mal construída!
Estes esteriótipos são criados a partir de situações de desigualdade a qual não só as mulheres são vitimas mais também os negros, homossexuais, heterossexuais, bissexuais e transsexuais que foram historicamente transmitidas e perpetuadas através do meio onde nosso aluno vive as vezes de forma consciente ou não!
No que se refere a o gênero, as crianças aprendem algumas formas de agir e se comportar como meninos e meninas de acordo com os esteriótipos historicamente construídos.
Na questão da disputa espacial dos alunos por idade, vemos que normalmente os maiores e mais fortes escolhem seus espaços e os mantem sempre por intimidação e se necessário até com o uso da força.

Prof. Willian

RESUMO: OS LIMITES DO CORPO SEXUADO: DIVERSIDADE E REPRESENTAÇÃO SOCIAL



Quando analisamos a evolução humana, percebemos que esta diz respeito apenas em alguns setores, pois esta evolução contradiz-se com um mundo cheio de violência, de desigualdade, discriminação, sobretudo das mulheres, em todos os setores da vida. Segundo Michel Foucault (1971), faz-se necessários uma metodologia científica que questione o que aparece definitivamente estabelecido, por exemplo, a evolução secular do progresso da civilização até a definição do humano em termos de sexo e sexualidade.
Nos discursos religioso, científico, filosófico ou literário, a ideia dos corpos sexuados “naturalmente” constituídos sempre de forma assimétrica em homens e mulheres, estão embasados nas pedagogias sociais, as quais ensinam a ser mulher ou homem de acordo com certos pressupostos e indicam comportamentos adequados para que haja a confluência entre corpo biológico, desejo, práticas sexuais e lugar/função social, corpos inteligíveis – normais – na trama das relações sociais.
Em 1949, Simone de Beauvoir perguntava: Mas afinal, o que é uma mulher?, abalando a partir de então a evidência maior de corpo sexuado pré-existente à sua inserção no cultural, pois como afirma esta autora, “não se nasce mulher, [alguém] se torna mulher”. Considerando o corpo sexuado como uma construção social e adquirindo uma visibilidade a partir desta pergunta de De Beauvoir (1966), os feminismos contemporâneos deixam claro que não basta ter uma genitália específica para ser mulher ou homem, desarticulando assim, a última certeza da ciência e da biologia que viam a sexualidade apenas do ponto morfológico.
Deste modo, para que a inteligibilidade cultural do humano seja admitida e adquira foros de “natureza humana”, surgiram criticas quanto a necessidade de coerência do sexo, desejo e sexualidade. Quando nos atemos a essa questão da “natureza humana” temos que no estudo das particularidades do corpo biológico, existe uma coerência entre sexo e sexualidade, isto é a inteligibilidade cultural do humano em sociedades onde o sexo é vetor de identidade, onde a genitália, torna-se causa de uma sexualidade paradigmática, da heterossexualidade reprodutiva, cujo ônus recai, principalmente, sobre as mulheres.
É devido a essa divisão sexual binária assimétrica e hierarquizada, que a ausência das mulheres como sujeitos políticos nos discursos da história, da filosofia – eixos do saber sobre o humano – não era sequer notada, até a eclosão dos feminismos contemporâneos.
Na perspectiva misógina em que se pensa e exprime o corpo feminino, a menstruação ganha espaço nos mais variados discursos e culturas, uma vez que é diretamente relacionada a posição social da mulher, sendo que a sua caracterização vai desde algo sujo ou doentio, que exclui as mulheres de certas atividades até como uma função natural do corpo, representada negativamente no social já que seria o signo do fracasso da procriação, da função primordial atribuída às mulheres, da disciplina social que as atrela a seus corpos, representada constantemente pela mídia e por um conjunto de pedagogias sociais – educação, religião, tradições, ciência, televisão, cinema. São as tecnologias de gênero .
Em 1970 esta representação do feminino delimitado a seus corpos, é denunciada pelo feminismo, onde a diferença entre mulheres e homens, passa então a ser percebida como criação contínua, denominada de “mecanismos de diferenciação” por Nicole Claude Mathieu (1991), a qual vai muito além do aparelho genital, pois todo um construto cultural se desdobra a partir de sua instituição para estabelecer uma divisão de trabalho e de poder social, propícia ao masculino. No entanto, é por meio de uma disciplina social, de pedagogias e tecnologias sociais é que a diferença binária, revela seu caráter construído: mulher é um sexo “frágil”, irracional, intuitivo, dependente, “natural”, em oposição ao “cultural” do masculino. Faz parte ainda dos adjetivos atribuídos as mulheres à procriação como destino social, criando assim uma serie de deveres, obrigações, controles, limites, exclusões sociais domésticos estabelecidos, instituindo seu sexo social, sendo que cabe as mulheres que buscam ultrapassar os limites sociais estabelecidos o título de excluídas e rejeitadas, solteironas, aberrações.
Em 1970 as feministas criaram a categoria “gênero” a fim de explicitar esta disjunção entre o sexo biológico e as tarefas/importância que lhes são atribuídas, de forma variada e arbitrária, segundo as vestimentas culturais. O termo gênero passou a ser utilizada em um primeiro momento de forma eficaz sendo incorporado na linguagem acadêmica ou comum, como sinônimo apenas de “mulher”, ou no melhor dos casos, como uma construção “relacional” que diz respeito a mulheres e homens.
Segundo esta temática Judith Butler (1990) concebe o gênero como uma categoria flutuante, capaz de determinar comportamentos sociais, podendo determinar o sexo biológico no aparato cultural que designa importância, funções e tarefas de forma binária, pois é diante das práticas e repetições de hábitos e costumes presentes em uma divisão de tarefas e lazer desiguais que caracteriza uma menina e um menino, sendo porem, o poder auferido pelo sexo masculino, detentor do prestígio e do saber social. Deste modo, as representações sociais binarias excluíam mulheres dos cargos de chefia uma vez que não tinham por base a capacidade, o intelecto ou as potencialidades individuais.
De acordo com Adrienne Rich (1981) a “heterossexualidade compulsória” refere-se a uma representação social inferiorizada das mulheres e, sobretudo, de sua definição enquanto gênero feminino, tendo as pedagogias e tecnologias sociais como ferramentas que implementam tais paradigmas enquanto decorrentes da “natureza humana”.
Existe ainda um tipo de violência que sem distinção de idade ou raça ou estilo corporal e agride não só os corpos, mas também a integridade física e mental das mulheres: o estupro.
Atualmente o que se discute é a “conquista” das mulheres ao longo dos tempos, mas o que se percebe no estudo do contexto social da mulher é a presença da violência nos diferentes países, a qual vai desde a agressão psicológica a física se contrapõe ao ideário feminista exibidos pela mídia.
Neste contexto, é preciso refletir sobre as tradições presentes nos diferentes ambientes sociais e as necessidades de mudanças vigentes para o desenvolvimento de um mundo globalizado e humanitário que permitam a execução dos direitos humanos em prol de todos principalmente das mulheres.
PROF. ADRIANA ARAÚJO DE SOUZA LASKOWSKI.


PLANO DE AÇÃO EQUIPE MULTIDISCIPLINAR


1 – Justificativa e diagnóstico da realidade
Por vivermos em uma sociedade capitalista, injusta, organizada em classes desiguais, acreditamos que a escola é um local onde essas desigualdades podem ser discutidas e até mesmo superadas por meio de um trabalho coletivo que venha valorizar e respeitar tanto a cultura que o aluno traz, bem com, outras culturas, incluindo a diversidade.
Quanto à origem étnica das famílias e dos alunos, diagnosticada pelo Colégio Adiles Bordin, em seu PPP, 66% são descendentes de europeus (portugueses, italianos, poloneses, ucranianos, alemães) e 28% são descendentes de índios e negros e, quanto à raça, 56% declaram-se brancos, 8% negros, 30% pardos e 6% amarelos.
A comunidade acredita que no Brasil há o pior tipo de racismo, que não há raças superiores ou inferiores e que os preconceitos que temos, mas negamos, nos são passados pelas piadas, pela televisão e pela própria família.
Os professores que atuam neste Colégio procuram aproveitar acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia para serem trabalhados nas diferentes disciplinas, incluindo sempre que possível em suas aulas, os temas contemporâneos, a história e a cultura afro-brasileira, africana, indígena e seus respectivos estudos em nível de Estado e Município. Assim, todas as turmas são contempladas. Algumas disciplinas se destacam mais nesse trabalho como: Língua Portuguesa, Artes, História e Geografia.

 
2 – Problematização
Como o coletivo escolar pode contribuir para que a diversidade seja contemplada por todas as disciplinas e disseminada no dia-a-dia por todos os envolvidos na comunidade local?

3 – Objetivos
  • Diagnosticar os conhecimentos da comunidade escolar acerca dos diferentes povos;
  • Desenvolver estratégias de conscientização da comunidade escolar para com a temática, problematizando as relações entre as culturas africana, indígena e ocidental;
  • Socializar os conteúdos e dinâmicas trabalhadas nos Estabelecimentos de Ensino;
  • Divulgar da importância e dos objetivos da Equipe Multidisciplinar e do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena;
  • Constituir acervo bibliográfico;
  • Promover ações de enfrentamento ao preconceito e discriminação.

4 – Ações
  • Buscar o enriquecimento do acervo bibliográfico junto à biblioteca da escola;
  • Proporcionar e incentivar o coletivo escolar no aprofundamento teórico sobre os temas propostos;
  • Realizar pesquisas e atividades que permitam fazer um diagnóstico mais detalhado sobre os conhecimentos dos temas propostos na comunidade;
  • Valorizar em diferentes situações a importância histórica dessas culturas perante a humanidade;
  • Realizar debates, palestras, discussões, passeios, entre outros.;
  • Proporcionar momentos de socialização das atividades realizadas;
  • Construção de murais.

5 – Cronograma
Mês
Atividades
Carga horária
Novembro/2010
- Organização do Plano de Ação da Equipe Multidisciplinar.
- Leituras.
- Seminário dia 19/11/2010: hora cívica envolvendo todas as turmas e a comunidade escolar; vídeos e exposição.
8 horas



6 horas


14 horas

Obs: Para a organização do ano letivo de 2011 seguir o calendário da SEED.

6 – Avaliação
  1. Todas as reuniões da equipe serão registradas em ata do Conselho Escolar;
  2. Nestas reuniões serão avaliadas as ações realizadas no período e, possíveis reformulações do Plano;
  3. Ao final do ano letivo será feita uma avaliação geral, para reformulações no ano seguinte;
  4. Como o Plano de Ação trata-se de um processo, a qualquer momento pode ser avaliado, visando adequações de acordo com a proposta de ação.

7 – Referências
PARANÁ. Cadernos Temáticos: História e Cultura Afro-brasileira e Africana. SEED. Curitiba. PR. 2008.

PARANÁ. Cadernos Temáticos: Educando para as Relações Étnico-raciais II. SEED. Curitiba. PR. 2008.

PARANÁ. Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Adiles Bordin. União da Vitória. PR. 2010.

PARANÁ. Proposta do Plano Curricular do Colégio Estadual Adiles Bordin. União da Vitória. PR. 2010.






TEXTO SOBRE BULLYING

O fenômeno “Bullying” tem sido alvo de intensas discussões de educadores e também da mídia. Isto porque os problemas gerados a partir da prática do bullying estão interferindo no desenvolvimento de muitas crianças e adolescentes.
Bullying é um termos de origem inglesa, utilizado para definir práticas violentas, intencionais e repetitivas que ocorrem numa relação desigual de poder. O Bullying é praticado a partir de diversas ações como: bater, empurrar, agredir fisicamente, insultar, dar apelidos, debochar, caluniar, excluir, perseguir, amedrontar, discriminar, chantagear, ameaçar, ridicularizar, assediar, etc.
Além das ações descritas, pode ocorrer ainda o chamado Ciberbullying, o qual se dá por meio de divulgação de imagens, envio de mensagens, ou outros mecanismos que fazem uso da internet ou de celulares, mas com as mesmas finalidades de causar medo, humilhar, amedrontar, caluniar, etc.
A prática de Bullying pode gerar conseqüências muito graves a todos os envolvidos (vítimas, testemunhas e agressores), desta forma, é essencial identificar possíveis situações de bullying no ambiente escolar e buscar estratégias para o enfrentamento dessa forma de violência.
Para o enfrentamento do Bullying é muito importante que toda a comunidade escolar fique atenta e esteja bem informada com relação aos comportamentos que podem apresentar aqueles que sofrem Bullying e, consequentemente, aqueles que praticam.
Geralmente, as vítimas de Bullying demonstram baixa autoestima, podem apresentar baixo rendimento escolar, ficam isoladas, sentem-se inseguras, podem também aparentar constante tristeza, ansiedade, aflição, perder o apetite, apresentar sintomas como dores, insônia, etc. Nos casos mais graves, pode até mesmo apresentar ideias suicidas.
É importante chamar a atenção de todos para que alunos, pais e educadores saibam identificar práticas de Bullying e passem a agir para o enfrentamento desta forma de violência que pode causar diversos prejuízos ao desenvolvimento de crianças e jovens.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

2° Encontro Equipe Multidisciplinar do Colégio Adiles Bordin

8- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Representações da mulher e do feminino na mídia impressa brasileira: Desconstruindo significados na educação sexual.

            Entendo que os saberes veiculados nesse produto cultural (a propaganda) produzem informações que não apenas educam, informalmente, mulheres e homens, meninas e meninos; mas atuam, sobretudo, na construção  de suas identidades culturais .
            O objetivo de tal coletânea visava subsidiar  as discussões em Educação Sexual na universidade onde usando as propagandas como material didático nas aulas de formação de educadores, assim como ilustrar e reforçar o entendimento do caráter construído cultural e politico, dos gêneros e das sexualidades  na vida social. A linguagem e o discurso são instâncias que constroem os sentidos que atribuímos ao mundo e a nós mesmos. Ambos são determinados por relações de poder. Promovem a diferença; definem hierarquia s entre os gêneros e as sexualidades; estão na base epistêmica da lógica que ampara a discriminação e o preconceito voltado às identidades culturais subordinados, instituindo, sobre eles, a exclusão e a desigualdade social.
            A educação sexual será, então problematizada a partir dos anúncios publicitários direcionados  às mulheres, nos anos de 1990 a 2000 no Brasil.


            O espaço constrói o gênero e/ou o gênero constrói o espaço?

            Em muitas propagandas, o determinismo biológico é usado como lógica argumentativa. Essa base teórica e explicativa tem conferido  às representações  de mulher um '' inquestionável'' destino social- a tácita imposição que torna a heterossexualidade, a maternidade e o casamento como eventos previstos, compulsórios e indiscutíveis na vida das mulheres. O espaço domestico, por exemplo historicamente, tem sido atribuído ás mulheres como um ''indiscutível'' local da sua existência. Acomodação feminina, festeja e exaltada pela propaganda, é explicitada numa sequência de eletrodomésticos, promovidos e elevados ao status de ''presentes de natal'', não só interessantes, mas desejados pelas mulheres, através do sugestivo laço de fita vermelho que os envolvia: aspirador de pó, microondas, freezer, geladeira e etc.
            A diferença que passa a ser marcada na cultura, terá um evidente componente politico na medida em que, através da hierarquização de certos atributos, irá transferir aos sujeitos prestigio e desprezo social. A busca pela ''Mulher ideal '' parece apontar para a explicitação de uma vivencia heterossexual da sexualidade.
            Novo Polo classic. As mulheres são iguais em todo mundo. O carro também deve ser, mesmo que o texto se refina a elas no plural a multiplicidade das identidade culturais não é vista de fato ou seja ''em todo  o mundo '' as mulheres são consideradas como se pertencessem  a uma mesma categoria, como se compartilhassem das mesmas experiências sociais e subjetivas.
            Parece- me que a Educação Sexual, em qualquer nível, deve e pode problematizar o processo social e histórico que cria, inventa e produz as representações acerca dos sujeitos de gêneros  e de sexualidades. É  a hierarquia nos significados que produz a desigualdade. Devido
à conexão aparentemente natural entre a capacidade das mulheres  de dar a luz  e amamentar a sua responsabilidade pelo cuidado do seu filho e ao prolongado cuidado na infância  dos seres humanos  a maternação das mulheres tem sido admitida com evidente, a natureza biológica feminina , tem sido utilizada pela cultura para das significado aos quase ''incontestáveis argumentos'' que associam a mulher a uma maternidade compulsória, especialmente nos domínios do casamento heterossexual e por conseguinte, da família institucionalizada.
            O sentidos sociais que definem aquilo que homens e mulheres devem ser parte de um substrato baseado nos seus corpos sexuados , o fato biológico que os define para Tânia Swan é ''em torno do corpo, da experiência do corpo sexuado  e sexualizado, forjado em práticos discursos específicos , que se produz o feminino, o ''ser mulher''.
            De alguma forma, na sociedade circulam discursos constituidores dessas representações, de alguma forma, tanto as regras representações tradicionais quanto as representações divergentes  e subordinados estão sendo, constante e simultaneamente, negociados no contexto cultural, em meio a relações de poder, em meio a disputas por significados. A multiplicidade de arranjos sexuais e de gênero tornou-se mais visível na sociedade brasileira que busca ser mais ética, admitindo e respeitando a diversidade, numa década de enfrentamento à AIDS e HIV.
            Proponho uma educação Sexual que questione esses modelos e, em qualquer nível de ensino, busque discutir a multiplicidade o respeito às diversas formas de viver os gêneros e as sexualidades, na contemporaneidade. Se queremos nos opor ao machismo, ao racismo, ao sexismo ,
à homofobia e às formas de exclusão social, essa desconstrução que coloca as ''verdades únicas'' em dúvida pode ser um caminho.

Ag. Educacional I. Silvia A. da Cruz

7- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Texto: “Meninas podem dizer não? Algumas considerações sobre as relações de gênero e a experiência sexual entre adolescentes.” (Ana Paula Vosne Martins)
Para introduzir essa discussão a autora faz uma problematização da gravidez na adolescência a partir da reflexão sobre os valores e padrões de gênero baseados em estereótipos e também, por meio da análise da dominação masculina na iniciação sexual.
A autora acredita que ainda temos muito para mudar, no que diz respeito as relações de gênero, apresentando em seu texto alguns elementos da educação das meninas onde pode-se observar comportamentos que inferiorizam as mulheres, até mesmo desqualificando seu papel social.
A educação das meninas ainda apresenta ambigüidade de modelos de comportamento. Por um lado as meninas devem ser passivas, obedientes, recatadas, etc, mas por outro, devido ao fato de que os modelos de comportamento mais conservadores estão perdendo espaço, outros modelos opostos se apresentam e ganham a admiração das adolescentes, gerando contradição e confusão.
O texto também apresenta algumas reflexões sobre a discussão da sexualidade na escola, apontando que a educação sexual no currículo ainda pode estar  limitada as disciplinas de biologia e ciências, ou mesmo a busca de palestras de outros profissionais como médicos e psicólogos.
Neste sentido, a autora chama a atenção para a seguinte questão: que essa limitação pode ocorrer devido à escola não conseguir realizar uma discussão que ultrapasse o sexo definido pela ciência sexual.
Nesta perspectiva, a autora afirma que a educação sexual na escola, de início, apresenta uma concepção higienista, que buscava moldar comportamentos, impor modelos considerados adequados e naturalizados nas relações sociais. etc. Este modelo pedagógico para tratar os assuntos ligados a sexualidade acabam não considerando o adolescente como sujeito, são prontos, prescritivos, não estimulam os adolescentes a pensar e refletir sobre si e sua sexualidade, apenas deve receber passivamente as informações.
Este aspecto do texto nos chama bastante atenção, pois, como profissionais da educação, entendemos que, tendo em vista o nosso papel, não podemos nos omitir diante da discussão da sexualidade, porém não podemos reproduzir esse modelo higienista descrito pela autora. Portanto, necessitamos de formação adequada para evitar abordagens metodológicas equivocadas e que possam gerar confusão, ou mesmo que expressem tabus e preconceitos. 
Acredito que a superação desse modelo higienista deve encontrar espaço a partir da mobilização e tomada de consciência dos diversos níveis de ensino sobre a necessidade de uma discussão pautada no conhecimento científico numa perspectiva crítica e formativa.

Prof. Pedagoga. Andréa Daniele Muller

6- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

PRÁTICAS EDUCATIVAS E PREVENÇÃO DE HIV/AIDS:
   LIÇÕES APRENDIDAS  E DESAFIOS ATUAIS

       Mesmo após vinte anos de lutas, cheias de avanços e retrocessos em torno da temática AIDS, a busca por uma prevenção mais eficaz não se faz menor diante dos determinantes da vulnerabilidade que se faz presente nos contingentes populacionais como a pobreza, a exclusão de base racial, a rigidez de papéis e condutas nas relações de gênero; a intolerância à diversidade -especialmente de opção sexual-, o limitado diálogo com as novas gerações e a consequente incompreensão dos seus valores e projetos, o descaso com o bem estar das gerações mais idosas e a impressionante desintegração da sociedade civil no mundo globalizado. Esse é sem duvida um conjunto que envolvem um grande desafio: o de levar o conhecimento a todas as esferas sociais, delimitando sempre que possível espaços que envolvem os diferentes sujeitos.
      Neste contexto, reunindo o conhecimento e a técnica, chegou-se a terapia antiretroviral - o qual é resultado de muito estudo sobre os efeitos catastrófico do HIV sobre o organismo humano, um progresso que significa muito mais que tratar a AIDS como um caso de saúde publica, é uma possibilidade de tratamento que constitui uma forma de prevenção onde a palavra infecção associada a morte da lugar a  uma melhor qualidade de vida para os infectados.
No entanto,  ao falarmos da necessidade de controle da epidemia do HIV devemos não só nos referirmos a eficácia dos antiretrovirais ou de uma assistência à saúde de qualidade, mas principalmente da construção de uma cultura preventiva ainda mais universalizada, sustentada no bem comum e nos direitos humanos a fim de inserir a pessoa com HIV no conjunto da sociedade, por meio de práticas educativas, as quais devem ter por base um constante  exercício de sistematização e reflexão.
     Essas necessidades de mudanças no tratamento não só da doença mas principalmente do paciente como um ser pensante que é, ocorre durante  uma breve analise contextual, pois o que se percebe logo nos primeiros anos da epidemia, é que esta veio acompanhada de uma propaganda com base no terror do HIV que se instalou  na sociedade, o que não demorou para que se percebesse a sua ineficiência, pois afastava mais que aproximava as pessoas do problema, uma vez que as primeiras campanhas de prevenção, teriam muita dificuldade de criar identidades, associações ou motivações para que as pessoas mudassem seus comportamentos no momento das relações sexuais ou de fazer uso de drogas injetáveis.
    Mesmo com os avanços terapêuticos, ainda é muito grande o número de pessoas vivendo com Aids, o que torna ainda mais importante o desenvolvimento de trabalhos que que possibilitem a reflexão, interação no planejamento e construção por parte dos indivíduos pela qualidade e preservação da vida.
       Portanto, as relações entre teoria e prática possuem um importante desafio o qual ao ser estudado em sua totalidade, transforma-se em conhecimento podendo ainda assumir distintos graus de aplicabilidade e efetividade. No entanto, para alcançar o objetivo da prevenção, é preciso observar e refletir de forma ética sobre os critérios que se utiliza para definir x ou y como grupos de risco, bem como quais as implicações práticas dessa definição ou ainda quais as condições concretas –emocionais, morais, culturais, econômicas etc. – que os indivíduos têm para efetivamente adotar ou evitar comportamentos que o expõem ou o tornam vulnerável ao HIV, identificando e combatendo esta vulnerabilidade por meio dos Direitos Humanos, adotando ainda a redução de danos como atitude orientadora de nossas intervenções preventivas.
         Quando se fala em teoria e pratica é preciso ter por base a ideia de que “prevenção não se ensina” e que “todos aprende com todos”, faz-se necessário estabelecer uma relação tal entre educadores e educandos que permita a estes entrar efetivamente em contato com a questão em pauta, para que ambos possam apreender o que se trata, de fato, e o que deve e pode ser feito a respeito.  A partir dessa ideia as  estratégias de educação preventiva deve permear oficinas  e palestras que promovam atividades de reflexão e organização para tratar de questões que envolvam o posicionamento do individuo diante de uma tomada de decisão como, por exemplo, dizer não ao relacionamento sem o uso de camisinha, objetivando assim a construção de processos de emancipação de pessoas e grupos.
     Nesse processo, é importante ter em mente que aprendizado é encontro. Assim, o que caracteriza a educação é perceber e trabalhar com a efetiva presença de “um sujeito diante de outro sujeito”, onde a interação entre ambos torna-se um objeto de aprendizado, onde podem ser encontradas as mais ricas possibilidades de participar da construção de identidades e de fortalecer o poder transformador de indivíduos e grupos no que se refere à saúde.
      A caminhada ainda é longa e cheia de obstáculos, no entanto, sempre é hora buscar melhores condições de vida, de pensarmos nossas estratégias de prevenção indo alem dos “contextos de intersubjetividade”- os quais são geradores de vulnerabilidade, definindo-os de modo articulado,  a fim de que os contextos intersubjetivos tornem-se favoráveis à construção de respostas para a redução dessas vulnerabilidades que constitui um dos desafios para a prevenção. Deste modo, os espaços de tratamento também precisam ser pensados simultaneamente como espaços de prevenção. Talvez a estratégia mais sensível para detectar contextos vulnerabilizadores e possibilidades de construção de respostas sociais seja trabalhar mais consequentemente, e sob os novos enfoques acima citados, a questão da prevenção secundária.
     É  preciso efetivar a substituição da atitude modeladora por uma atitude emancipadora nas práticas educativas, deixando de ser detentor do saber e passar a ser mediador para o saber.  Pensar qual o contexto mais favorável à simetria entre educador e educando, ao efetivo compartilhamento de problemáticas e à criatividade individual e comunitária na busca de soluções, e escolhê-los como estratégia frente a outros mais facilmente modeladores.
    As ações que, direta ou indiretamente, a Coordenação Nacional de DST/ Aids sustenta têm, em grande medida, privilegiado o recurso ao lúdico, ao erotismo e à problematização das diversas situações cotidianas nas quais o problema da vulnerabilidade à infecção se manifesta e este parece ser um dos segredos dos êxitos alcançados no campo da prevenção no Brasil.


PROF. ADRIANA ARAÚJO DE SOUZA LASKOWSKI.

5- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

QUESTÕES DE GÊNERO NA ESCOLA E NO RECREIO: ARTICULAÇÕES POSSÍVEIS

                  Entendendo a concepção de gênero é que engloba todo o processo de construção social que ocorre na formação de vida dos sujeitos, interagindo com as circunstâncias  em que aprenderama se conhecer como homens e mulheres. Essa formação acontece no sujeito através de processos sociais e históricos mais o meio em que se encontra
                   Quando observamos somente com o olhar não notamos nada diferente ao que chamamos de normal ou atitudes normais, porque o olhar faz parte de nossa natureza e algumas práticas são pertinentes a ações normais das crianças ( sem intenções, sem preconceitos, sem maldades...).
                     Nas brincadeiras realizadas no recreio há expressões corporais que são vivênciadsa e que podem demonstrar várias emoções ou opções de padrão de comportamento.


O GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR

                  Segundo GRUGEON, 1995, P. 24 a cultura do recreio pode ser considerada oral porque “requer aprender um conjunto de regras e rituais (…) que podem ser diferentes para meninos e meninas”, e observamos um conjunto de regras, gestos, atitudes, significados, etc. .
                  A cultura é viva e passível de mudanças conforme o amadurecimento de novas ideias e/ou conhecimento dentro do contexto em que se encontra.
                  Em uma determinada situação foi observado um grupo de meninas que jogavam vólei no recreio juntas, e um grupo de meninos jogavam futebol, na hora de troca pelo espaço, as meninas usaram o diálogo e acordo, já os meninos a força o poder e autoritarismo. Nesse exemplo fica claro a evidência de que o poder e segundo o gênero determina a ocupaçao do espaço escolar.
                  Essa relação de poder, domínio, negociação, resistência estão relacionados com uma certa hierarquia e domínio pelos lugares mais disputados ou nobres ( que vai desde as quadras esportivas ao banco do jardim), desde o aluno mais tímido ao travesso/dominante/participativo.

                     
O GÊNERO E AS BRINCADEISA DO RECREIO

                  Durante o recreio acontecem imposições e/ou negociações , segundo o gênero e a idade, e as crianças aprendem algumas formas de agir e se comportar como meninas e meninos de determinados tipos quanto ao gênero.
                   Há uma interação dos alunos que configuram uma “geografia dos gêneros”, porque ocorre em diferentes partes do pátio, acontecem diferentes brincadeiras, segundo o gênero e a idade. E ainda há brincadeiras tradicionais, esperadas e não esperadas, permitidas, proibidas e outras ainda inovadoras.
                   As brincadeiras devem se prazerosas incluídas no contexto social e histórico que valorize como natural ou biológico sem os atravessamentos de gênero. Como exemplo o menino que faz balé que é bom de bola, ou da menina que é boa jogadora e brinca normalmente com as meninas, não confundir habilidades com gênero.


O PRAZER COMO CONQUISTA E IMPERATIVO DA CULTURA CONTEMPORÂNEA

                   Neste contexto contemporâneo afirmar que o amor e a sexualidade são indissociáveis para a felicidade não podemos fingir que os perigos e problemas/riscos a saúde podem nos trazer se no momento desta vivência/experiência não estivermos cientes e prevenidos dos danos que nos podem causar.
                    A sexualidade, a relação amor, reprodução humana, a saúde, o desejo, não são entendidos da mesma forma, se manifestam de diferentes modos e em diferentes tempos. Esta acontecendo uma melhor e maior aceitação por diferentes e determinadas práticas sexuais, principalmente após os anos 80.
                    Considerando que a epidemia do HIV, mudou a maneira de pensar e agir, o prazer  das pessoas conscientes – favoreceu o sexo seguro, sem culpas ou medos em ser feliz.


SEXUALIDADENA ESCOLA: CONTRIBUIÇÃO DO CONCEITO DE VULNERABILIDADE.

                     A instituição escolar é uma instância onde podemos encontrar praticamnete todas as identidades sexuais e gênero, não podemos confundir as ações naturais das pessoas de normas ou regras de identidades.
                      A veiculação de notícias e por diferentes mídias tem auxiliado neste enfrentamento e superação em nossa cultura diversificada , e que essa diversidade deve ser respeitada sob todos os olhares e aspectos, pois, antes de tudo estamos com um ser humano que merece carinho, respeito e amor.
                      
                     A vulnerabilidade esta intimamente ligada a falta de conhecimento, condições e possibilidades de enfrentar o diferente por falta de conhecimento . As receitas prontas ou modelos educacionais, não vamos encontrar sempre vamos buscar melhores formas/jeitos/metologias/conhecimento para enfrentar cada momento.


Prof. NOELY DE FÁTIMA PIRÃ FILA
   

4- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Os limites do corpo sexuado: Diversidade e Representação Social.

            A ideia de leis de uma objetividade total, aplicada ao social defendia pelo positivismo, em suas diferentes expressões, foi aos poucos sendo abandonada, face à complexidade do real e o desenvolvimento dos pressupostos que atravessam o discurso cientifico. Salvo, porém, a ideia dos corpos sexuados ''naturalmente'', constituídos sempre de forma assimétrica em homens e mulheres, pelo discurso religioso, cientifico, filosófico, literário, entre outros. Ou seja existem pedagogias sociais que ensinam a ser mulher ou homem de acordo com certos pressupostos e indicam comportamentos adequados para que haja a confluência, entre corpo biológico, desejo, praticas sexuais e lugar função social, corpos inteligíveis, normais, na trama  das relações  sociais...
            O silêncio é um instrumento politico de apagamento e assim, a que a história não diz, escapa das narrativas da tradição de memória social, fundadas em crenças cientificas e religiosas e desta forma, omite, no imaginário social, a presença das mulheres da vida politica em seu sentido mais amplo. Fixadas em seus corpos, tanto para a reprodução quanto para o prazer sexual masculino- casamento ou prostituição – aparecem como moeda de troca, como seres a serem  apropriados  e utilizados socialmente, já no alvorecer das culturas, segundo algumas tradições.
            Fica claro deste modo, que o humano é representado a partir de um corpo já dado.
            Para ser sujeito no social as mulheres aprendem que a maternidade é indispensável e este valor lhes é ensinado e inculcado desde a mais tenra infância.
            E quem não pode, ou quem não quer ter filhos?
            Mulheres desnaturadas, diria o senso comum,aquele rumo social que cria excluídas  e rejeitadas, solteironas, aberrações. A natureza é sempre invocada na condenação das mulheres que exercitam sua liberdade, que abrem voos muito além dos limites domésticos.
            Vemos ainda que corpos definidos como femininos  sofrem, no dispositivo da sexualidade  e da sedução, a coerção da juventude e da beleza, re-criando o próprio dispositivo, desta forma, este último se alimenta das indústrias de cosméticos e regimes, moda, alimentos light, cirurgias plásticas, modelando e exigindo corpos consumíveis, jovens e cada vez mais jovens. A auto representação de mulheres, atrelada a necessidade da  sedução e a modelos incompatíveis com a maior parte  das mulheres, sofre o impacto da imagem no espelho e, sobretudo da imagem percebida no olhar de outrem.
            Hoje ainda podemos perceber que existem muitos discursos  que afirmam as conquistas  das mulheres, que ''já obtiveram tudo que queriam '', e que os feminismos seriam uma relíquia histórica. O que se constata, entretanto, é um recrudescimento de violência contra as  mulheres, é uma desigualdade flagrante no mercado de trabalho em termos de  remuneração e cargos , é uma constante reiteração de sua identidade ''feminina '', atrelada a domesticação de corpos, em torno do modernismo desfreado que enfrentamos.

Prof. Pedagoga Roseli

3- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Questões de gênero na escola e no recreio: articulações possíveis.

Objetivo: mapear s significados de gênero e sexualidade nas brincadeiras do recreio em uma escola pública em Porto Alegre – RS, com turmas de 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental, realizada em um ano. Trabalho desenvolvido com apoio nos estudos de Michel Foucault e pesquisa realizada com metodologia etnográfica.

O gênero no espaço escolar
                O recreio escolar caracteriza-se por apresentar várias regras e negociações, criando sua própria cultura que poderia ser denominada como cultura oral do recreio, sendo diferente para meninos e meninas. Fatos observados: meninos e meninas brincavam nas quadras de futebol e de vôlei, respectivamente, quando chega alunos com mais idade. As meninas pedem para àquelas que estavam jogando ocuparem um novo espaço ao lado para que elas pudessem  então jogar. As que  estavam jogando aceitam e se retiram. Os meninos, por sua vez, chegam com imposição e vão tomando o espaço que era ocupado por outros meninos na quadra de futebol que acabam saindo sob ameaças. Nesse caso, as meninas foram negociadoras, enquanto os meninos, mais violentos e agressivos.
                Oura observação foi que os meninos ocupavam mais espaço no pátio da escola: nas quadras esportivas, correndo, etc. As meninas ficavam em grupos menores, sentadas ou em pé, sempre conversando.
                As diferenças de gênero se agregam a idade, a força e a habilidade técnica (nos esportes). Isso contribui para as exclusões vividas em sala de aula e nos recreios.

O gênero e as brincadeiras do recreio
                Existe uma delimitação de espaços que separa e institui o que cada um pode fazer: informa  o lugar dos pequenos e dos grandes, dos meninos e das meninas.
                Relato de  situações:
1ª) Menino que não joga futebol é discriminado pelos colegas: é chamado de “bicha”.
2ª) Menino pratica balé e joga futebol: recebe gozações e brincadeiras de colegas e consegue levar numa boa.
3ª) Menina que joga futebol com meninos, mas brinca com outras meninas: por frente as meninas aceitam sem fazer gozações, mas por trás é chamada de “menino” apenas pelas meninas.

Conclusão
                O recreio é o espaço escolar onde se presencia diferentes imposições e negociações, segundo o gênero e a idade. Meninos e meninas formam grupos, deslocam-se e fazem coisas diferentes. É um espaço de aprendizagem. As crianças aprendem a agir e se comportar como meninos e meninas. O esporte funciona como uma estratégia de legitimação da masculinidade. As meninas não jogam por serem meninas e menos habilidosas. Meninos menos habilidosos e fortes também não participam dos jogos e dos grupos.

 Sexualidade, prazeres e vulnerabilidade: questões para a educação escolar.
O prazer como conquista e como imperativo da cultura contemporânea
                Amor e sexualidade são termos indissociáveis da vida humana. São ingredientes indispensáveis na realização do prazer, felicidade e saúde.
                A sexualidade se manifesta e diferentes modos, em tempos e lugares diversos. As mudanças ocorreram no final do séc.XIX e ao longo do séc.XX nas culturas ocidentais. Até os anos 80 do séc.XX a homossexualidade era considerada como doença no Código Internacional de Doenças. O tema da sexualidade e de falar sobre ela surgiu com a epidemia do HIV/Aids e a necessidade de entidades como a da saúde e da educação abrirem mais espaços para debates sobre a prevenção e quem seriam os grupos de risco.

Sexualidade na escola: contribuições do conceito de vulnerabilidade
                De maneira geral, as práticas pedagógicas escolares e culturais posicionam determinadas identidades e práticas como sendo mais naturais do que outras. Acontece assim, a formação das normas ou padrões aceitos socialmente.
                A organização da dinâmica escolar precisa privilegiar a produção e a reprodução das diferenças de gênero, sexualidade, raça, classe, geração, religião. É preciso rever o modo de ensinar, os conteúdos selecionados, o que incluímos e excluímos do planejamento, a escolha dos livros didáticos e as teorias que orientam nossas reflexões pedagógicas.
                Vulnerabilidade é um conceito muito amplo e complexo que implica “o movimento     de considerar a chance de exposição das pessoas ao adoecimento e a outros agravos sociais como a resultante de um conjunto de aspectos não apenas individuais, mas também coletivos e contextuais”. Segundo Delor e Hubert (2000) vulnerabilidade é uma forma de análise que busca compreender o que chamam de “distribuição desigual do risco”.
                Contemporaneamente, entendemos que a discussão que abarca a construção de gênero,
sexualidade, prazer, corpo e saúde envolvem dimensões políticas e sociais que, por sua vez, estão implicadas com a escola e com a função docente, sobretudo na direção de perceber que os conhecimentos escolares estão imbricados na produção e atribuição das diferenças de gênero, da educação que instituia heterossexualidade como norma e na exclusão ou silenciamento dos prazeres e vivências juvenis. Não problematizar, não oferecer espaço para discussão, não apresentar as diversas possibilidades de se pensar sobre questões que instigam e colocam os/as estudantes sob diferentes riscos como: HIV/Aids, sexualidade, sexo seguro, prazer, gravidez indesejada, é contribuir para criar ou aprofundar as múltiplas situações de vulnerabilidade a que estão expostos os/as jovens. Educar, hoje, também inclui pensar na perspectiva da redução de danos, da diminuição de agravos e evitar ou diminuir a exposição a riscos.

Algumas considerações
            Frente aos atuais desafios do campo da educação em saúde, parece não haver mais lugar para adotarmos “modelos” educacionais corretos, acabados e inquestionáveis; precisamos investir em processos educativos que permitam problematizar e desnaturalizar certas verdades e crenças, possibilitando-nos pensar e viver de forma valorizada diferentes configurações e arranjos sociais.
                Cabe salientar que atuar no campo da educação e se permitir confrontar/articular com o não homogêneo, o multifacetado e o provisório pode dar lugar a expressão de conflitos, tensões, contradições, sentimentos e compreensões capazes de re-formular e re-criar estratégias didático-pedagógicas no sentido de pluralizar os meios de resolução e enfrentamento das questões que envolvem a relação entre gênero, sexualidade, corpo e prazer. É preciso que se perceba que estas dimensões são muito pouco problematizadas e trabalhadas no contexto das escolas e, quando o são, isso é feito em um tom prescritivo, individualista, normativo e de culpabilização, que explora muito pouco as implicações disso sobre as nossas escolhas, ou sobre a falta delas.
Prof. Angelita Dombrowski

2- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

ENCARAR O DESAFIO DA EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA
-        As questões a serem discutidas nas escolas são:
1)      Como devemos abordar e trabalhar a Educação Sexual,  com nossos alunos;
2)      De que maneira podemos planejar e observar quais são os encaminhamentos metodológicos na Educação Sexual;
3)      Em que conteúdos podemos inserir a Educação Sexual;
4)      Diferenciação entre Educação Sexual e Orientação Sexual;

Prof. Maria Bernadete

1- RESUMO CADERNO TEMÁTICO SEXUALIDADE

Resumo do 1º Encontro da Equipe Multidisciplinar  - 30/04/2011

A sexualidade na rede estadual de ensino

A questão de sexualidade está posta em nossa escolas: questões de gênero, doenças sexualmente transmissíveis, educação sexual são problemas que afetam nossos estudantes e, nada mais óbvio, que ser discutido no ambiente escolar. A escola é um espaço privilegiado para discussões qualificadas sobre sexo e sexualidade, como forma de orientação.
As informações da escola são informações que muitas vezes nossos estudantes não as obtém em casa, as obtém de forma equivocada na rua, entre os amigos(as).
A discussão do tema na escola fortalece o assunto, dado a escola ter uma certa "credibilidade" na comunidade escolar, muitas vezes diferente do ambiente em que o aluno vive. A questão sexualidade trata de  uma produção humana e está sujeito  a determinantes socioeconômicos que influenciam a vida do nosso educando, assim, a escola é um espaço privilegiado para o tema.
Para trabalharmos com o tema temos que reconsiderar velhos pré-conceitos que carregamos. Vencendo as barreiras, podemos obter, através da escola, um caminho para a verdadeira Educação Sexual, com respeito à livre orientação sexual em consonância com as questões igualitárias de gênero num ambiente pedagógico onde os conhecimentos científicos acerca deste assunto possam ser difundidos com domínio de propriedade.


A sexualidade na contemporaneidade

Nas sociedades modernas, inclusive a brasileira, a sexualidade parece ter uma evidente centralidade. As questões sobre sexo são vistas como uma questão comercial (venda de produtos sexuais, venda de corpos, o corpo perfeito, práticas sexuais adequadas para especialistas em detrimento a outros).
Essas questões parecem natural mas nem sempre foi assim. Foi no século XIX que começaram a ser formuladas definições e estabelecimento de contornos sobre a sexualidade contemporânea, quando começou a se transformar numa questão. Passava a ser objeto de atenção do Estado, da medicina, das Leis, além de continuara ser tema da Religião.
Foi nessa época que surgiu a sexologia quando médicos e também filósofos passaram a fazer proclamações e descobertas  sobre o sexo dizendo o que era e o que não era normal.
Também no foi nesse século (final) surgiu o tema da homossexualidade (mas o homossexualismo sempre existiu). Antes era vista como sodomia, pecado.
Pelo final dos anos 60 surgiram os movimentos feministas: as mulheres foram ás ruas e ocuparam espaços, criaram grupos, revistas, , reivindicaram direitos mostrando que suas lutas e sua história tinham sido esquecidas ou ignoradas.
As chamadas minorias sexuais  também agilizaram seus movimentos (gays e lésbicas), exigindo respeito a sua vida cultural.
Mulheres, gays, lésbicas passam  a ter voz na sociedade, como um direito dentro da sociedade.
Com isso a homofobia mostra sua rudeza.
A sexualidade passa a ser discutida em várias instâncias sociais, inclusive na escola. O MEC, dado aos fatos,inclusive aos relacionados a AIDS, passa a apoiar ações e projetos de Educação Sexual.
Essa política afirmativa torna-se uma extensão para todos, dos direitos e condições sociais que historicamente haviam sido privilegiados a uns poucos, homens brancos heterossexuais.

Salvador Ribeiro Jazzini